segunda-feira, 23 de julho de 2012

O telefone de disco

Na época da fibra óptica, do wireless e do iphone, numa casa em Benfica, mantém-se resistente e a funcionar esta peça que para alguns é uma antiguidade:
-Um telefone de disco





















Este clássico não tira fotografias, não permite acesso às redes sociais, não sabe o que é o GPS, mas ainda assim ainda faz parte da Aldeia Global porque, surpresa!!!...faz chamadas!!! Bem vistas as coisas, ainda mantém as pessoas, no mais simples sentido da expressão, "all together now".


Curioso foi apresentar uma criança de 10 anos a este clássico em actividade...
A B. chegou ao pé do telefone e disse:
- Ó mãe, olha um telefone antigo! Desconfiada, levantou o auscultador e dispara:
- Como é que se faz para ligar?
E eu, lá lhe expliquei que tinha que arrastar o dedo dentro das argolas do disco, marcando um a um os algarismos do número para onde ela queria ligar.
A B. assim fez, e alguns minutos a marcar o meu número de telemóvel (na 2ª tentativa foi bem sucedida), lá ouvimos o destinatário a tocar.
YEEEEEEAHHH FUNCIONA!!!!

E assim, de repente, este encontro imediato com um objecto que fez parte da minha vida levou-me a recordar os telefonemas para o trabalho da minha mãe a fazer queixinhas e a relatar as brigas com o meu irmão, para a Rádio Cidade, para as amigas, e principalmente fez-me recordar o cadeado, também conhecido na época como "controlo parental", que a minha mãe ameaçou pôr no disco caso eu não me afastasse do telefone por iniciativa própria. 


E pronto, depois de ultrapassado de forma airosa o fantástico momento, pensei "Deixa-te estar que nada disto faz de ti uma pessoa antiga, não, não, não!"
Rejeitei a chamada no meu telemóvel, a B. pousou o auscultador do telefone e diz:
- Ó mãe, vamos à procura de mais coisas do teu tempo, assim antigas?