Há muito tempo que não escrevia sobre a X. e hoje lembrei-me de mais uma aventura dela.
Certo dia a X. foi jantar com um amigo que tinha carro (a X. não se dá com qualquer pé rapado, andar de autocarro não lhe passa pela cabeça) e portanto foi buscá-la a casa.
Pelo caminho o amigo parou num multibanco porque precisava de levantar dinheiro (há tradições que nunca mudam e um homem que quer impressionar deve pagar sempre o jantar, pelo menos o primeiro).
A X. ficou sozinha no carro à espera e pensou: -ah! e se eu pusesse um bocadinho de bâton? tenho cieiro!
Sem hesitar sacou do bâton que trazia na mala e passou-o despreocupada e generosamente nos lábios.
O amigo regressou, entrou no carro e olhou para ela com ar desconfiado. Caladinho sentou-se ao volante e seguiram para jantar.
Jantaram.
Ele deu-lhe boleia até ao clube de video (muito vintage, hein!) onde duas amigas a esperavam.
Quando chegou ao pé das amigas foi bombardeada com a pergunta:
- Credo, de onde é que vens? já te viste ao espelho?
A X. foi ao WC e quando se viu reflectida no espelho nem queria acreditar.
Enganou-se no bâton, não tinha usado o do cieiro transparente. O bâton era vermelho e ela parecia uma palhaça. Tinha um tom vermelho esborratado em volta dos lábios, riscos para todo o lado, tudo espalhado a despachar e sem olhar.
O idiota ficou em pânico, não teve coragem para lhe dizer nada. Parvo!
Que vergonha X.!
