Fui às compras a uma grande superfície e resolvi ir comprar
fruta. Meti umas quantas bananas num saco e vi que para as pesar teria que me
dirigir a um daqueles sistemas de balanças self-service. Pânico! Eu em frente à
balança, sem instruções, sem desenhos indicativos e de repente aparece ao meu
lado um miúdo que devia ter uns 10 anos e carrega nuns botões, põe a balança a
funcionar, retira a etiqueta com o preço e cola no meu saco.
Eu com o meu melhor sorriso agradeço e o miúdo volta para o
pé do pai que estava ali a 3 passos a escolher não sei o quê. Eis então que
ouço “queres ir preencher a ficha de candidatura para vires trabalhar para aqui?”
levanto a cabeça e reparo que o miúdo ficou espantado a olhar para o pai que
continua ”sim, a pesares fruta! Podes vir trabalhar para aqui. Ah! Mas primeiro
tens que estudar ouviste?”
Eu não consegui ficar calada, fui buscar outro saco com fruta
para pesar, fui novamente para a balança e disse “Ele só estava a ser gentil, e
isso fica sempre bem! Foi muito simpático!”
O homem ficou encavacado, do tamanho de uma ameixa igual às que eu trazia para pesar, e esboçou um sorriso envergonhado. O miúdo viu-me outra vez junto à balança, veio outra vez ao pé de mim, e desta vez até fiz questão e disse-lhe: “queres ver que me vais ajudar outra vez?! Ele pesou as ameixas que eu trazia, tirou a etiqueta e colou-a no saco. Eu agradeci-lhe num tom de voz mais elevado e fiz um sorriso ainda maior. O miúdo sorriu e foi embora à vida dele.
Espero que continue a ser cortês, generoso e bem educado. E que o pai aprenda com o filho, que as crianças têm sempre muito para ensinar. Boa miúdo!!
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