Maquilhagem dá muito jeito

Costumo carregar um pequeno mundo de coisas diversas e importantes dentro da minha mala, mas ontem não estava lá a minha caneta. Ficou esquecida na secretária. 
Felizmente no planeta encantado que é a minha mala também há maquilhagem, valeu-me o lápis dos olhos para tirar algumas notas na aula de Narrativas Digitais e Entretenimento Transmedia.

O dia da graduação

Faz hoje 12 anos que nos graduámos. As duas. Cada uma na sua área de especialização. Uma como mãe, a outra como filha. 
É o mais elevado, mais difícil, mais reconfortante, mais assustador, recompensador, ingrato, o mais feliz e o mais exigente de todos os níveis académicos da grande universidade da vida. É como se tivesse que fazer a defesa de uma tese todos os dias, só que o júri são a razão e o meu coração de mãe. Brigam quase sempre quando é preciso tomar uma decisão e quando um ganha o outro fica sentido. É inevitável.

Há deveres e obrigações. Há direitos e recompensas. Há muito orgulho. Há um desmedido instinto protector. Há amor infinito. 

É isto que consigo dizer no dia em que a minha filha passa a ser a maior dos mais pequenos. Em que deixa de ter desconto nos museus, passa para um novo nível da classificação de faixa etária dos filmes, já pode jogar paintball, e acabei de descobrir que... até já pode tirar o cartão jovem!

Está a crescer em grande estilo e vai ser sempre a minha menina!

Uma mãe não pode ser "cool"

Quis dar um ar da minha graça, mostrar que sou uma mãe actualizada e modernaça enviando um email à minha filha de 11 anos. Ela é fã dos One Direction, e eu que até acho piada a estas coisas, escolhi esta foto dos mocinhos e escrevi no título "olha quem são eles". 

Obtive uma resposta que me pôs imediatamente no meu lugar...

"não mãe, esta foto já é antiga!" e para me esclarecer melhor e me deixar ainda mais envergonhada anexou esta foto muito mais actual e fixe.

Resta-me confirmar mais uma vez que ser mãe não é fácil! 

A criança que há em mim

Decidimos jantar numa conhecida cadeira de hamburguers, pedimos 2 Menus para nós e 1 menu infantil para a "pirralha"
O menu infantil trazia um brinde que nestes dias, para as meninas, é um boneco dos ursinhos carinhosos. 
Eu, muito entusiasmada, abri o plástico e:
-Óóóóóh, tão fofinho! 
-Ai mãe, não posso com esses bonecos!
Eu achei que ela não devia estar a ver bem o que eu tinha na mão e insisti:
-É tão giro!! não vês?!...é um dos ursinhos carinhosos!!
-Mãeeee, é horrível! 
Acabei por me render e enquanto apertava o boneco que acendia uma luz na barriga disse-lhe:
-Mas tu gostavas....realmente, as crianças mudam tanto!
E perante o meu desabafo:
-Pois mãe, mas tu não mudaste nada!


Nota: Claro que, apesar de tudo, entendi isto como um elogio! 

A minha família é um Estado democrático

Educamos a criança para a participação politica e cidadania. Explicamos-lhe as vantagens da democracia. Vamos juntos às manifestações, e depois acontece-nos isto

Depois do banho:

- Ó mãeee, secas-me o cabelo?

- Não posso, estou a fazer outras coisas. 

- Ó mãeee seca lá!!!…

- Não. Seca tu.

- Óóóóh, Mãeeee seca-me o cabelo!...

- Já te disse que não.

- Pronto, então eu faço greve. E de braços cruzados cantou: "Grâââândolaaaaa  vila moreeeeeeeena!!...."

E eu sorri, peguei no secador e sequei-lhe o cabelo. 

Conclusão: Também neste Estado que é a família, é o Povo quem mais ordena!!!

Projecto "Onde é o WC?"

Comecei um projecto novo, que não tem nada de académico mas tem muito de... estapafúrdio.
Quem me conhece sabe que, quando em viagem, gosto de ir parando de vez em quando para fazer um xixi. De todas as brilhantes conclusões a que se possam tirar de imediato e naturais comentários, a verdade é  que eu não tenho problemas de retenção de líquidos. 

Para além de um sistema urinário que funciona muitíssimo bem, tenho também uma propensão para ter ideias malucas. Então dei comigo a pensar alto: 
-"quando viajam as pessoas fotografam tantas coisas...desde a refeição que vão comer, os seus pés descalços na praia, os seus animais de estimação, a conferência a que estão a assistir, os bilhetes do comboio, e um sem fim de coisas inúteis e ninguém se lembra de fotografar as casas de banho?!" 
Há alguém que reconheça o quanto nos alegra encontrar um WC quando estamos à rasquinha há mais de uns bons quilómetros a andar de carro?? Já experimentaram estar parados no trânsito, em plena autoestrada e cheios de xixi?? E depois, quando finalmente conseguem chegar (a tempo) à casa de banho...não sentem que chegaram a um oásis no deserto?? 

Dito isto, decidi há dias que devia fazer uma recolha fotográfica dos símbolos das portas dos WC's espalhados por este lindo Portugal e pelos seus arredores. 
Apenas serão recolhidas imagens dos símbolos das portas e das entradas, há imensos, de variadas cores e feitios. A pesquisa já começou...

Chamem-me doida, quero lá saber!


Aqui ficam as primeiras...no LX-Factory em Lisboa 

O bâton certo

Há muito tempo que não escrevia sobre a X. e hoje lembrei-me de mais uma aventura dela.

Certo dia a X. foi jantar com um amigo que tinha carro (a X. não se dá com qualquer pé rapado, andar de autocarro não lhe passa pela cabeça) e portanto foi buscá-la a casa.

Pelo caminho o amigo parou num multibanco porque precisava de levantar dinheiro (há tradições que nunca mudam e um homem que quer impressionar deve pagar sempre o jantar, pelo menos o primeiro).

A X. ficou sozinha no carro à espera e pensou: -ah! e se eu pusesse um bocadinho de bâton?  tenho cieiro!

Sem hesitar sacou do bâton que trazia na mala e passou-o despreocupada e generosamente nos lábios. 

O amigo regressou, entrou no carro e olhou para ela com ar desconfiado. Caladinho sentou-se ao volante e seguiram para jantar.

Jantaram. 

Ele deu-lhe boleia até ao clube de video (muito vintage, hein!) onde duas amigas a esperavam. 

Quando chegou ao pé das amigas foi bombardeada com a pergunta: 

- Credo, de onde é que vens? já te viste ao espelho?

A X. foi ao WC e quando se viu reflectida no espelho nem queria acreditar. 

Enganou-se no bâton, não tinha usado o do cieiro transparente. O bâton era vermelho e ela parecia uma palhaça. Tinha um tom vermelho esborratado em volta dos lábios, riscos para todo o lado, tudo espalhado a despachar e sem olhar.

O idiota ficou em pânico, não teve coragem para lhe dizer nada. Parvo!

Que vergonha X.!

A casa nos EUA e o vulcão em Itália

No passado fim de semana vi na televisão um insólito digno de um filme, e hoje, inspirada por outras noticias, a minha imaginação voou livre e deu origem a uma sequência argumentativa que a pedido de várias pessoas (elas sabem quem são) tive que registar:

A história começa aqui:
Nos EUA, um homem dormia tranquilo no seu quarto e, subitamente foi ENGOLIDO por um buraco que se abriu na sua casa.

"Quarto de americano desaparece numa cratera na Florida"http://www.publico.pt/sociedade/noticia/quarto-de-americano-desaparece-numa-cratera-na-florida-1586362



Assim de repente o título do Público pode parecer pouco sensível, dizendo que o quarto de um americano desapareceu engolido por uma cratera deixando para segundo plano o facto de, por acaso, o tal americano estar lá a dormir e ter desaparecido também. 
Preferiu-se então dar ênfase ao tamanho do elemento engolido. Até compreendo, afinal engolir um quarto deve ser coisa muito mais difícil do que engolir um homem. É preciso ser-se realmente um buraco muito grande e terrível para engolir um quarto inteiro, com mobílias, tapetes, cortinados, e por acaso, uma pessoa que estava lá dentro a dormir...

Segundo, e continuando com a sequência de noticias, deparei-me com este título: 

"Casa que «engoliu» homem já foi demolida"

http://www.tvi24.iol.pt/acredite-se-quiser/buraco-eua-acredite-se-quiser-cratera-casa-tvi24/1425849-4088.html

O meu pensamento deu-me para reagir e:
TOMA LÁ CASA!!! Por teres sido mázona foste condenada à pena de morte!


Terceira notícia: 

"Vulcão Etna cuspiu lava e cinza"http://www.tvi24.iol.pt/503/internacional/etna-sicilia-italia-tvi24/1426526-4073.html

Aqui está! era isto que falta para completar o argumento, porque vejamos:
Depois de nos EUA uma casa ter engolido um quarto com o homem que estava lá dentro e depois ter sido demolida para castigo, imaginei logo um final feliz em que o vulcão Etna, deste lado do oceano, poderia ter cuspido em vez de lava e cinza, o homem desaparecido, inteiro e de boa saúde e já agora, também o quarto com as mobílias.